BRINCAR DE BILA, BALEBA, BILOSCA, CABIÇULINHA, CLICA, XIMBRA...

Foto: Romário Boto

No Ceará período chuvoso é assim: o branco da caatinga é substituido por um verde extasiante; crianças, jovens e adultos tomam banho contentes na chuva; o agricultor vende o milho que colheu nas esquinas; os blusões saem do fundo do guarda-roupa, só a mofo, pra protegerem contra o frio; aparece uma "ruma" de sapo e aqueles besouros fedorentos que impestam o ambiente; e, as "brincadeiras de inverno". Dentre essas brincadeiras jogar bila (em outros lugares bileba, bilosca, cabiçulinha, clica, ximbra) é a mais comun. Nela não há restrições de gênero para à prática. Homens e mulheres, meninos e meninas podem brincar. Os velhos termos usados como regra nessa brincadeira são inesquecíveis: ida e volta, tabelinha e tudo mais, melá morre, melá volta, dá na côca (de palmo), etc. E os bojos então: begua, segundo de begua, terça, segundo de venas e venas. Quem tá de venas pode "matar" qualquer um, quer esteja ou não de venas.

NOTA: É inevitável o sentimento de nostalgia. E é mais inevitável ainda o sentimento lamentável de perda destas agradáveis brincadeiras que JÁ FAZEM PARTE DA NOSSA CULTURA. As ruas asfaltadas e os muros das residências afastaram essa brincadeira da zona urbana para zona rural. Os cyber cafés fazem com que as crianças prefiram a internet a qualquer outra coisa, inclusive estudar. Éééé!!! É o avanço da tecnologia. Cabe a nós contemporâneos da brincadeira de bila e/ou  dos carrinhos de rolamentos refletir sobre esse avanço e decidirmos o que é melhor para nossos filhos.
Não estamos sendo contra os cyber cafés e muito menos contra a internet, pelo contrário. Só queremos levá-los à reflexão...